sábado, 31 de janeiro de 2009

matador de passarinho


Aqui tem João-de-Barro, Pintassilgo, Pinta-roxo,
Pica-pau e Colibri
Aqui tem Canário-belga, Araponga, Açum-preto,
Curió e Bem-te-vi
Aqui tem tanta Andorinha, Cambaxirra, Quero-quero,
Rouxinol e Juriti
Que servem de tiro ao alvo
Para espantar o tédio
E o vazio do existir

Matador de passarinho,
Matador de passarinho,
Matador de passarinho,
Matador de passarinho

Tico-tico quando voas,
Tico-tico tu pareces um teco-teco no ar
Tico-tico quando cantas
Me lembro da minha infância,
Feriado em Paquetá.
Tico-tico tão arisco, tico-tico tu beliscas
Uns grãozinhos de fubá
Tico-tico me perdoa mas me vem um vontade,
Não posso me segurar

Matador de passarinho,
Matador de passarinho,
Matador de passarinho,
Matador de passarinho

Beija-flor de flor em flor
Beija-flor tu és o rei
Beija-flor te quero bem
Beija-flor se tu soubesse
Beija-flor ah! Se eu pudesse
Beijaria a flor também
Beija-flor tu vais levando
Numa nuvem cor de rosa
Grãos de pólen para quem
Beija-flor tu és tão lindo
Mas chegou a tua hora
Não beijarás mais ninguém

domingo, 25 de janeiro de 2009

um bate papo


Quando eu era criança ..eu fiz um curso de desenho no iub ..e em uma de suas apostilas ..tinha uma frase assim:" um dia irá se encontrar com vc mesmo ...e só dependerá de ti mesmo se vai ser o seu momento mais glorioso ...ou a sua pior decepção" Bem,eu poderia dizer que estou me olhando agora e vi que tenho 20 anos de erros...e decepções ....tantos planos ..quantas pedras que me atiraram ..e quantas eu revidei ...quantas vezes pensei em me matar ...e quantas vezes eu ri disso ...hoje novamente pensei nisso ...o que eu posso dizer da minha vida ? Sou um bom pai...mas não sou um bom filho....para minha filha eu sou o herói dela..e para algumas pessoas eu sou o demônio que tiveram o desprazer de passar em sua vida ...fiz amigos ..e perdi mais do que eu fiz...namoradas ??? Nossa meu Deus eu tive muitas ....que eu nem penso mais ..existem aquelas que marcaram ...como a primeira que eu fiz amor....a primeira que eu beijei( sim eu lembro disso...mesmo tendo 10 anos) ...a primeira que eu me apaixonei...e as que me fizeram sofrer ( é como todo romântico eu sofri pra caralho...tá pensando que eu não tenho coração ?)

Faço teorias absurdas para outras pessoas ..e para algumas são coesas..nem conto quantos papéis em interpretei na minha vida ....quantos poemas eu escrevi e rasguei ...poderia fazer uns 30 livros ...quantas coisa que eu pensei em fazer ... quantas viagens loucas ...quantos barranco que eu despenquei ..e cada dia que eu acordo eu me pergunto..por que eu estou aqui ? Por que não consigo melhorar ... Eu não sei..e a dor e o desespero não me deixam ver o horizonte que antes eu via...perdi amigos ,alguns pela distancia e outros pela morte mesmo...essa que foi a parte mais triste a morte ..a única certeza da vida ..o ano de 2008 ,e foi marcado por isso ...por perdas muitos grandes ...leandro meu sobrinho e meu amigo de infância Roberto ...mas essa vã cruel tem sondado por muito tempo desde meus 10 anos ...as vezes eu pdoeria ser o menino do filme sexto sentido ...as vezes sim..eu vejo pessoas mortas ..que bom que não é a todo instante ...seria hilério ..visto que eu sou muito medroso..
É sim..tbm tenho minhas neuras ..como medo de escuro ...de dormir sozinho ..sim tenho ..quem não tem suas esquesites?
Sou um humano ...tenho sonho ,faço planos ....tenho medo ...como qualquer outra pessoa quero ser feliz... e nesse bate papo eu me vejo assim...o que me diria se eu me visse..."nossa cara ...você é a cópia de tudo que você ve na rua e no mundo"

sábado, 17 de janeiro de 2009

como fazer sexo...


Woody Allen disse uma vez:
Sexo é como um jogo de cartas. Se você não tem um bom parceiro, é melhor que tenha uma boa mão.
Uma verdade que eu, se consumisse uma dose de caipirinha, fraco que sou pra bebida, iria defender mortalmente a tese de que isso deveria se tornar uma lei da física. É a ele atribuída uma outra frase sobre sexo : “Amai-vos uns sobre os outros.” Essa, bem herética, por sinal. Herética de heresia, não de ereção, parvos!
Mas e quem nunca amou sobre o outro, não tem um bom parceiro e, pelo visto, nem uma boa mão? É o caso de uma moça que me procurou através do formulário de contato aqui do blog, a leitora Camila:
Tenho 19 anos e sou virgem ainda meu namorado pede. Mais tenho medo porquenão sei como faz, como deve ser feito. Poderia me dizer como ?Agradeço se puder Beijos
Vamos lá Camila, eu vou dizer uma vez só portanto anote e aprenda de vez como perder sua virgindade. Você vai precisar de:
450 gramas de pau
3 ou 4 quilos de buceta (a sua, ok?)
1 cama macia
1 camisinha (tripa de porco NÃO é substitutivo)
2 seios
1 fantasia de coelha
O modo de preparo também é simples:
Vista sua fantasia de coelhinha e não se importe em pagar mico porque o seu namorado está numa fase que se ele ver uma cadelinha rebolando na rua ele terá uma ereção. Agora, deite na cama macia junto com ele. Tire sua fantasia de coelhinha, era só fachada, o que ele quer está por baixo. Ele vai cobrir os 450 gramas de pau com uma camisinha, e vai juntar aos seus 3 ou 4 quilos de xoxota. Deixe-o amassar bem os dois seios pra que haja uma consistência homogênea enquanto continua juntando os outros ingredientes. Se você vir algum líquido branco saindo na mistura, eu tenho duas boas notícias:
Você conseguiu fazer sexo com sucesso
É possível que você precise ensinar essa receita novamente daqui alguns anos.
Seja feliz.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009


sobre o que eu escrevo no meu blog e as fotos que eu coloco aqui

EU ESTOU QUEBRANDO TODAS A REGRAS ....
Você segue regras? - Eu não!

o tempo passa e o vento sopra as folhas


O tempo, ele é muito cruel, domina você e quando menos se espera perdeu grandes chances na sua vida, esse mesmo tempo já me tirou tanto, já me deu tanto também, mas nesse momento não sei onde ele se encontra, sinto que passa, e de uma forma rápida, sinto também as conseqüências desse tempo sobre mim, sobre meu corpo... estou em uma fase de transição, acho que minha cabeça nunca esteve tão confusa, tudo que eu tinha certeza, hoje já é uma incognita pra mim, eu não sei de muita coisa e o pouco que sabia se embaralha em meus pensamentos, realidade, ficção, aventura, desaventura, quais os respectivos significados? eu antes sabia, agora já não sei! Estou perdendo meu tempo, estou perdendo minhas chances, estou deixando as pessoas que amo se afastarem, sinto-me impotente, sinto-me fraca e incapaz, será que é esse o sentido da vida?- Tenho medo, por mim, por ti, aos poucos nos afastamos, aos poucos morre o que existe de mais lindo em mim, você!

E se um dia você for e não mais voltar?Como irá ficar meu pobre coração sem sua presença para amenizar a dor da solidão?E quem irá aquecer minhas noites frias onde já não sentirei mais minhas mãos?E se você for e outra substituir meu lugar?Te falando aquelas frases feitas das quais todas eu já lhe mencionei?E se a tristeza tomar conta do meu coração e eu me fechar para o mundo?Se voltares e não mais me quiseres por que outro alguém já tomou seu coração de mim?E se esse alguém for melhor que eu e saber o que dizer quando aos prantos você quiser fugir?Sim por que eu não saberia o que lhe dizer em momentos como esses eu apenas olharia nos teus olhos e te abraçaria forte e deixaria você sentir o calor que vem de meu coração.E se nosso amor morrer com o tempo e a chama for se apagando a cada dia que se vai passando?Oh, diga como viverei sem ter você aqui, sem ter teus abraços, sem ter teu olhar que me aliviae teus abraços que me acalmam e me dão a certeza que o amanhã virá?Diz como será todo o amanhecer e minhas pálpebras se entre abrirem e sua voz assombrar meu pensamento?E cada anoitecer que não vou querer fechar os olhos e talvez te esquecer e em meus sonhos não mais te ver, como será se o tempo levar esse sentimento que tomou conta de mim?Se teu cheiro não está mais no meu travesseiro e eu já não sinto mais você comigo, se sua ausência é tanta que só consigo sentir dor e falta do que um dia eu já tiveComo ficarei? Não sei, eu esperarei, deixarei o tempo “rolar” e eu espero que o amanhã chegue e que estejas do meu lado. Só o tempo pode falar, só ele irá me responder. Por agora basta ouvir você dizer o quanto me ama! E eu digo Eu Amo Você!

o melhor



Salta... como se o amanhã não existisses Fecha os olhos... e acredita nos teus sonhos Um dia serão reais Salta sem medo... Esquece as mágoas e voa ao sabor do vento Fecha os olhos... e sente a musica que toca cá dentro.Tão cego pelo meu próprio desejo....Eu acertei nosso amor no primeiro fogo ....Uma parte da minha vida foi desperdiçada.Por escolher viver descuidado....Como isso chegou aqui!?Mas ainda seus braços estão abertos para mimVocê sabe que eu me sinto sujo.Mas você encheu seu coração com minhas necessidades;Minha vida é tão quebrada...Mas você me colocou junto de volta....Como isso chegou aqui!?Eu não posso continuar vivendo sem você por pertoMelhor é um dia em seu palácio real.Que um milhão em outro lugar...Eu choro por ajuda;Eu necessito de força, propósito para viver...De tudas as escolhas eu levarei a única...Que possa mudar o fundo do meu interior...Como isso chegou aqui!?Somente você pode me ajudar, só você...Eu estava escravizado pelo meu coração Então você quebrou as correntes, e me libertou de todo meu orgulho E agora eu particularmente vivo na sua porta,Que mata a fome na riqueza podre desta Terra ....

domingo, 11 de janeiro de 2009

conversa informal


sabe eu esse dias estava pensando na primeira coisa que eu olho quando ...vejo uma mulher ...seria idiotice se eu dissesse que olho seus pensamentos se ela não disse ainda nada...e os olhos ????nao muito ..eu olho pra os seios..é sério..eu gosto de seios...eu adoro mesmo...é algo assim maternal...meio xâmanico ....mas isso não é só eu ....quase todo homem olha isso ....veja isso na história ...As mamas (conhecidas popularmente também como seios nos humanos e tetas nos demais animais), são a parte do corpo feminino de um mamífero que é responsável pela produção de leite para os bebês em seus primeiros meses de vida.Em todas as culturas, o seio feminino é símbolo de feminilidade. Seja quando evoca a mulher como fonte de vida e alimento, seja quando a evoca como fonte de prazer, afeto e aconchego.
Lamentavelmente, há quem use sua imagem para fins que humilham a mulher, reduzindo-lhe a humanidade.
Às vezes a imagem do seio feminino também funciona como “catalisador” cultural para demolidores sentimentos de culpa. Não é à toa que, na biografia de santos e heróis, personagens como o Diabo costumam se travestir de mulher com os seios nus para tentar desviá-los de seus objetivos e arrastá-los à perdição. Baudelaire registra isso em As Flores do Mal: As Mulheres Amaldiçoadas:



Outras, como irmãs, andam lentas e graves
Através dos rochedos cheios de aparições,
Onde Santo Antônio viu surgir como lavas
Os seios nus e purpúreos de suas tentações.
Noutra perspectiva, porém, o seio feminino projeta no imaginário coletivo sentimentos de força, confiança, liberdade e vitória. Tiepolo, artista italiano do século XVIII, também vê nele um emblema da verdade ao desnudá-lo em sua obra A Verdade Revelada pelo Tempo.
Tasso, o historiador, conta que as mães, esposas e amantes gaulesas costumavam ir aos campos de batalha exibir os seios nus a seus guerreiros a fim de lhes transmitir força e confiança na luta contra o invasor romano. Delacroix, em seu quadro mais famoso, A Liberdade Guiando o Povo, exprime sua crença na vitória da liberdade através de uma figura de mulher com os seios nus. Crença, aliás, que também se manifesta, de outra forma, no gesto político das primeiras feministas do século XX queimando sutiãs em praça pública.
Tanta riqueza simbólica – não é de estranhar – tem para nós, mulheres, um preço psicológico alto. Preço que se traduz muitas vezes no medo exagerado que temos de tudo o que pode ameaçar os nossos seios: da velhice à sua não-conformidade com os estereótipos em moda, passando pelas doenças que podem acometê-los, entre essas o câncer.
Há, no mundo inteiro, uma profusão de mitos e alegorias envolvendo os seios femininos. Uns resultam de pura ficção produzida pelo imaginário coletivo; outros, são construídos a partir de fatos reais a que se vai juntando, com o tempo, a fantasia. Todos, porém, são um testemunho cultural daquilo que os seios representam na vida psíquica e social da mulher.
Evocarei alguns.
Conta Heródoto, nas crônicas que escreveu sobre a Grécia antiga, que a rainha Atossa, esposa de Dario I, rei dos persas, escondeu o quanto pôde um tumor no seio com medo de perder a feminilidade, o marido, o prestígio, e com isso, o próprio valor como pessoa. Temia mais pelo seio que pela vida. Por fim, já não suportando o peso do seu segredo, se fez examinar às escondidas por um médico estrangeiro, de nome Demócedes, que se achava retido na Pérsia contra sua vontade.
Astuto, o médico logo busca negociar com ela sua cura fazendo-lhe prometer que o ajudará a retornar à Grécia, sua terra natal, caso os tratamentos por ele propostos surtam o esperado efeito. A rainha fica curada (não sabemos qual era a verdadeira natureza do tumor) e cumpre o prometido. Atendendo às instruções do médico, ela persuade o rei a atacar os gregos e infiltrá-lo como espião nas hostes inimigas. Demócedes aproveita a oportunidade e foge. Quanto ao exército persa, este acabaria humilhado pelos gregos na famosa batalha de Maratona.
Esse relato – meio verdadeiro, meio lendário – mostra quanto existe de atual nos sentimentos de uma mulher que viveu há milênios, numa cultura bem diferente da nossa, e o compromisso insano que foi capaz de assumir por causa de algo que lhe ameaçava os seios; e ao ameaçá-los, lhe fazia temer por sua identidade e pela forma como os outros passariam a vê-la. (O famoso “olhar dos outros”).
A tradição cristã também é rica na simbologia dos seios. Temos as representações da Virgem amamentando o Menino-Deus e as obras que retratam os martírios de Santa Águeda, Santa Bárbara, Santa Eulália, Santa Cristina,… – todas mostradas como tendo sofrido heroicamente a tortura da amputação dos seios. Sublinho que os desenhos, pinturas e esculturas clássicas com temática de santas com seios mutilados se inspiraram nos compêndios sobre antigas práticas médico-cirúrgicas.
As santas de seios cortados refletiram na consciência coletiva a interiorização desse horror sagrado e instintivo face à ablação. A mastectomia é o arquétipo do suplício feminino. (Dominique Gros, mastologista francês, em Les seins aux fleurs rouges, Paris, Stock, 1994).
Informa o citado médico, Dominique Gros, que o Tratado de Cirurgia de Paul d’Égine, escrito em Constantinopla no século VII, dedica um capítulo inteiro à ablação de seios cancerosos, nele constando todos os rituais que precediam a operação, como a administração de ópio à paciente e as invocações a Santa Águeda, padroeira dos seios.
Santa Águeda, diz a tradição católica, era uma jovem da nobreza italiana do século III cuja beleza incomum teria atraído Quintiniano, então governador da Sicília. Por se recusar a casar com ele – uma vez que isso implicaria renunciar à fé cristã e à virgindade – ela é condenada a passar um mês num bordel. Findo esse tempo, é reconduzida à presença do governador miraculosamente ainda virgem e sempre intransigente na defesa de sua religião e de sua castidade. Encolerizado, Quintiniano manda que a amarrem a um pilar e lhe arranquem os seios com lâminas de ferro.
Depois de passar por essas e outras torturas, Águeda é jogada num calabouço, onde ninguém lhe trata os ferimentos. Mas, reza a lenda, São Pedro lhe teria aparecido fazendo-se acompanhar de um belo jovem com uma tocha na mão (supostamente um anjo), que passa a cuidar dela. Transcorrido algum tempo, mais um milagre acontece: Águeda não é libertada mas os seios lhe brotam de novo, restaurados e belos.
Águeda foi musa inspiradora de vários artistas e escritores ilustres. Dizem que o papa Damascus era devoto dela. Também o teria sido o médico Soler Roig, famoso cirurgião de mamas espanhol (inventor do termógrafo), a quem Salvador Dali teria oferecido um desenho denominado Santa Águeda Platônica.
O poeta francês Paul Valéry, enlevado pela visão de um quadro do pintor medieval Zurbaran que a representa com os seios numa bandeja, o descreveu num longo poema em prosa, que intitulou Sainte Alexandrine. Ele o conclui assim:
Mas a alegria do suplício está nesse começo da pureza: perder os mais perigosos ornamentos da encarnação – os seios, os doces seios, feitos à imagem da terra.
Em suas Poesias, Garcia Lorca também homenageia uma santa de seios cortados, Santa Eulália, e Téophile Gauthier descreve com viva emoção os seios mutilados de outra mártir, Santa Cacilda, que viu pintada numa das paredes da catedral de Burgos (Espanha) pelo artista Diego de Leyva. Ele termina com estes versos o poema que lhe dedicou e que faz parte de sua coletânea España:
E os seios já mortos, belos lírios, cortados em flor,
Brancos como os pedaços de uma Vênus de mármore,
Numa bacia de prata jazem ao pé de uma árvore.
Mas a santa em êxtase, esquecendo sua dor,
Como nos braços de um amante, de volúpia se desfalece,
Pois aos lábios do Cristo ela suspende sua alma.
Em vários países, há uma lenda milenar que julgo de extraordinário simbolismo. Ela conta, em diferentes versões, que o mundo teria nascido de uma gota de leite vertida do seio de uma deusa!
É interessante observar a universalidade de algumas crenças e lendas em que poderes sobrenaturais são atribuídos ao seio feminino. No interior do Brasil, assim como num país tão distante e diferente como a China, existe uma crença antiga – com lendas e relatos supostamente reais em torno dela – que diz que o leite materno possui poderes mágicos, curativos e outros, não apenas em relação a crianças mas também a adultos.
Câmara Cascudo conta que na lenda paraense da Cobra Norato (uma das muitas do nosso folclore que atribuem papéis simbólicos à serpente e ao leite materno), um jovem forte e bom, de nome Honorato, fora concebido misteriosamente enquanto a mãe se banhava no rio, e viera ao mundo na forma de uma serpente escura que vivia na água.
Quando anoitecia e a aracuã deixava de cantar, diz ele, Honorato saía da água, deixava o couro monstruoso da cobra na areia, tornava-se um belo rapaz e ia cear e dormir no regaço de sua mãe. De madrugada, voltava ao corpo feio da serpente e remergulhava nas águas do rio. Honorato queixava-se de sua sina e todos tinham pena dele. Contudo, só pôde ser desencantado quando um soldado flagrou a cobra adormecida e com a boca aberta, o que lhe permitiu pingar três gotas de leite de mulher entre seus dentes. Em seguida, golpeou-a na cabeça com um machado de aço virgem. Concluído assim o resgate, o belo Honorato passou a ter uma vida feliz.
Há outra lenda, recolhida por Pierre Verger, que também não posso deixar de citar pela riqueza de significados que ela possui. Segundo ela, Iemanjá, rainha do mar no candomblé, casara-se e tivera dez filhos orixás. De tanto amamentá-los, seus seios tornaram-se enormes, flácidos e balouçantes.
Um dia, ela se cansa da vida rotineira que leva, deixa a casa, o marido, e vai conhecer outras terras. Lá, se apaixona por um rei de nome Okere e se casa com ele, mas não sem antes obter dele a promessa de que jamais zombará de seus seios. Ele promete. Mas um dia, estando embriagado, faz galhofas e manga deles.
Iemanjá se sente injuriada. Com a auto-estima lá embaixo, magoada, transida pela decepção, ela foge levando consigo um pote, que recebera de presente da mãe, contendo uma poção mágica para os momentos de perigo. Okere sai no encalço da esposa, tentando por todos os meios lhe barrar a fuga. Na agonia, ela tropeça e cai, quebrando o pote. A poção mágica então jorra, transformando-se num rio cujas águas a conduzem até o mar, onde mora sua mãe e de onde ela nunca mais quis voltar.
Todas essas narrativas, repito, ao tempo em que revelam o enorme poder simbólico dos seios femininos, ajudam a entender os sentimentos que levam uma mulher a fugir de assuntos relacionados com o câncer de mama. E isso, ainda que saiba ser essa a neoplasia maligna mais comum na população feminina e que a informação é a melhor arma de que dispomos contra ela.
Penso que, se em vez de um discurso oficial incompleto, cheio de meias verdades, governos e sociedades se unissem ao redor de programas educativos permanentes sobre o assunto, haveria menos lugar para ansiosos medos e culpa.
De resto, a visão do feminino se alargaria.
Concluo com a reprodução de trechos que extraí de um rico trabalho de pesquisa feito por Denise Arcoverde, com belas fotos no original, publicado no seu blog Síndrome de Estocolmo em 2006 (http://sindromedeestocolmo.com/archives/category/corpo-saude/seios/).
“Deusa de Assombrosas Tetas”
As primeiras imagens femininas, encontradas em escavações, têm grandes seios e amplo ventre e parecem ter sido usadas como um símbolo de fertilidade.
Esculpida há cerca de 22000 ou 25000 anos, a Vênus de Willendorf foi encontrada na Austria e é, segundo a maioria dos estudiosos, uma das imagens mais importantes e mais conhecidas da Grande Mãe.
Kourotrophos. A imagem data do século 6 aC. Alguns a chamam de Deusa Mãe, o arqueólogo Ross Holloway diz que ela seria a “Noite” cobrindo com seu manto e amamentando os filhos gêmeos Sono e Morte (Hypnos e Thanatos).
Nut, deusa criadora do universo, mãe de Rá. Deusa guerreira, protegia os mais fracos, destruindo seus inimigos e abrindo caminhos. Afastava os maus espíritos. Era representada, frequentemente, como uma mulher nua com seu corpo formando um arco que protege a terra e leite escorrendo e fertilizando o solo. Tinha um importante papel nos subterrâneos do Egito Antigo e sua forma de mulher nua arqueada foi encontrada pintada em diversos sarcófagos.
Nut era a barreira que separava as forças do caos e da ordem neste mundo. Dizia-se que o deus Rá entrava em sua boca ao entardecer viajava através de seu corpo durante a noite para renascer de sua vagina a cada manhã. Dizia-se também que engolia as estrelas que renasciam mais tarde e que o faraó incorporava seu corpo após a morte, do qual mais tarde ressuscitava.
Nut também é representada como a “Grande Vaca” (Great Kau), a grande senhora que criou tudo que existe, a vaca cujo ubre deu origem à Via Láctea. Nut é a mãe de todas as divindades.
Onde fica hoje a Palestina, Hebat era adorada como a Grande Deusa, representando a mãe-sol, deusa da fertilidade, beleza e realeza. Existem dados sobre ela desde os tempos mais remotos, 2000 aC ou mesmo anterior.
Seu capacete sugere a fonte da vida e imortalidade, o leão aos seus pés é a sua conexão com o reino animal e o bebê sendo amamentado é a sempre esperada criança das luzes.
Para que Hércules, um dos heróis mais populares da mitologia grega, se tornasse imortal, deveria ser amamentado quando criança pelo seio de sua madrasta Hera, que era a mulher de Zeus (chamado de Júpiter na mitologia romana). Hermes (Mercúrio, para os romanos), outro filho de Zeus, colocou a criança no seio de Hera enquanto ela dormia.
Assim que ela abriu os olhos, ela se soltou do pequeno Hércules, mas ele já tinha sido alimentado. O leite que escorreu do seio de Hera deixou um rastro pelo céu. Foi assim que “nasceu” a Via Láctea.
Conta-se, na India, que Kamsa, tio-demônio de Krishna, contratou os serviços de Putana, uma Rakshasi (demônio feminino), para matar Krishna. Putana podia assumir a forma que quisesse.
Ela disfarçou-se de Gopikaa, ama de leite, e entrou na casa de Krishna.
Alimentou Krishna com seu leite que estava envenenado, mas ele, apesar de ser um bebê, sabia que ela era uma Rakshasi e a sugou tão forte que extraiu sua vida, junto com o leite.
Antes de morrer, ela assumiu a forma original.
Nossa América Latina também tem seus mitos relacionados aos seio e ao leite materno. A história da “Difunta Correa” tem origem em Vallecito, vila que fica há 1.160km de Buenos Aires, aos pés dos Andes e ao Norte da Patagônia.
Em 1835, seu marido, Bustos, foi levado à força e obrigado a entrar para a forças armadas de Juan Facundo Quiroga. Desesperada, María Antonia Deolinda Correa decide caminhar 63km até a vila de San Juan, em busca do seu marido. No caminho, consumiu todas as provisões: o charque e o patay, alguns figos e toda a água. Após ter caminhado boa parte do caminho, ela não aguentou e faleceu. Sob o sol abrasador, encontraram seu cadáver, que protegia seu pequeno: seus seios alimentaram o bebê e o seu leite o manteve vivo, mesmo após a sua morte. Apesar de nunca ter sido canonizada pela igreja católica, a Difunta Corrêa é adorada como uma santa, na Argentina.
Fonte: Esse post foi baseado numa pesquisa que eu fiz, há alguns anos, para a Galeria de Arte da Amamentação do Grupo Origem. Infelizmente, não tenho mais as referências de onde consegui cada uma dessas informações.
Da próxima vez que alguém disser que tatuadores são pessoas malucas e irresponsáveis, lembre-se que existem tatuadores, no mundo todo, ajudando mulheres, que fizeram uma mastectomia (retirada de seio) a melhorar a sua auto-estima, contribuindo para melhorar a imagem dos seus seios.
Algumas mulheres preferem que se tatue a pigmentação natural da aréola e mamilo, outras preferem uma expressão artística, como dessa foto, que eu retirei do site do Healing Art Foundation - Art for a Cure , um grupo de tatuadores, nos EUA, que faz um trabalho puramente voluntário.
Bacana, né?!
Os seios também estão na cabeça da gente, e desde muito cedo. Segundo Freud, a primeira fase, no desenvolvimento psicosexual da criança, seria a fase oral, que iria até, mais ou menos um ano e meio, dois anos de idade.
O seio materno seria, ainda segundo Freud, o primeiro objeto sexual e para um desenvolvimento psíquico sadio, seria importante superar essa fase e aprender a lidar com a “perda do seio”.
Sabemos que a amamentação é fundamental para o desenvolvimento da criança e o excessivo uso de chupetas está relacionado à falta de saciedade da sucção. Enquanto a criança faz mais esforço e demora mais ao seio, com o uso da mamadeira, essa sucção é mínima, por isso, a necessidade de sugar o dedo ou chupeta.
Uma outra coisa que me impressionou nos meus 15 anos de trabalho com amamentação, no Grupo Origem, foi a relativamente constante procura, no nosso Fórum de Discussões, de informações sobre ‘amamentação de adultos’.
Claro que apareciam algumas pessoas que não mereciam respostas, como sempre, mas recebemos alguns emails que nos chamaram a atenção. Eram casais que se diziam engajados num relacionamento que incluía como forma de prazer… a amamentação.
[...]
Nessa página , da Wikipédia, encontrei alguma informação sobre essa prática, que é considerada um tipo de fetiche. Não sou psicanalista e não encontrei nenhum artigo mais elaborado sobre o tema, mas, imagino que a amamentação de adultos é uma radicaçlização dessa fixação masculina, um estado extremo de não superação dessa fase oral… ou não? algum(a) psicólogo(a) se interessaria em falar sobre o assunto?
Eles já precisaram ser enormes, pequenos, grandes. Algumas pessoas acham que pertencem aos bebês. Outras, aos homens. Eu acho que eles são nossos e devemos ter o direito de fazer o que bem quisermos com eles. [...]
Eu adoro os meus e cuido muito bem deles. Com creminhos, massagem, auto-exame e mamografias. Alimentaram minha filha e sempre me deram muito prazer. Acompanharam minhas mudanças. Eram pequenininhos na adolescência, tinham um volume maravilhoso na gravidez e não diminuíram, depois da amamentação. Ficaram mais bonitos.
Seios marcaram nossa vida. [...] Eles sempre despertaram uma fascinação no imaginário maculino e feminino. Eles nos definem. No século XVIII o sueco Linneaus, entre uma enorme avariedade de características comuns escolheu os seios para nos classificar junto a outros animais: nós somos mamíferos.
[...]
É importante saber que o tamanho dos seios não tem nenhuma relação com as glândulas mamárias e mesmo sem o aspecto ‘externo’ avantajado a amamentação aconteceria da mesma forma. Portanto, eles são ainda mais misteriosos do que a gente imaginava…”
Como viram, Denise nos traz muita informação sobre os seios – ela que durante longo tempo militou num grupo especializado em amamentação e já teve um site que informava sobre câncer de mama. Gosto muito quando ela afirma que somos nós as donas dos nossos seios e que devemos cuidar deles com carinho, creminhos, mamografias e outras coisas mais, a fim de torná-los saudáveis e se possível belos. Eu só acrescentaria uma coisa. É que antes de tudo precisamos… ADOTÁ-LOS. Feios ou belos, firmes ou flácidos, com ou sem cirurgia estética.
Que eles são muito importantes em nossas vidas, isso é verdade. Mas é verdade também que nossa feminilidade, felizmente, não termina aí. Vai muito além. E é por isso que não a perdemos quando nos acontece de perdê-los para o câncer. O mundo precisa se dar conta disso.



mas mudando de assunto ....e na minha maneira de pensar é ...eu olho sim...e gosto de admirar os seios femininos ...

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

como agir no primeiro encontro


Conversar com quem não se conhece já é complicado, falar com quem ainda não se conhece e está louco pra conhecer melhor é pior ainda. E como sei muito bem que para causar boa impressão às vezes umas mentirinhas são contadas… para justamente evitar algumas armadilhas e deixar a conversa num nível superficial porém gostoso e até revelador, aqui vão algumas dicas do que falar a respeito e do que deixar pra lá:
Assim que vê-la, não mande um standard “Oi, tudo bem com você? Legal te ver de novo.” ou algo na linha sorvete de baunilha, mas sim um ”Oi, tudo bem… mas como você está bonita, elegante ou um charme só esta noite.” Não precisa exagerar (nem no tom da voz), só mostrar que notou que ela está/é um arraso e está entusiasmado com isso. E é bom que esteja mesmo, pois naquela noite ela se produziu especialmente para você. Reconhecimento é sempre bem-vindo,girls!
“O que você faz para se divertir?” Soa bem melhor do que “Como é o seu trabalho?”, não achas? Pois é mesmo, já que tudo o que alguém não quer falar a respeito nos seu momentos de lazer é justamente sobre trabalho, trabalho, trabalho. Mesmo que seja alguém enamorada pelo seu. Ou talvez, especialmente alguém que adore o seu, pois periga da pessoa passar a noite toda contando tudo, tim tim por tim tim a respeito do seu trabalho. E convenhamos, ouvir fórmulas matemáticas ou químicas por horas a fio, mata qualquer encontro. Mais enfim, quem quer que seja, precisa de um break na rotina, portanto faça do seu encontro o timeout perfeito.
Pensando em mandar um “Quais são os seus planos de vida daqui pra frente?” What? Primeiro, é cedo demais para ter um papo cabeça destes, segundo parece mais entrevista de emprego ou candidata à mãe dos seus filhos, o que em ambos os casos é totalmente fora de propósito assim de chofre. Algo mais light na linha do “O que vai fazer no verão?”, ou ”O que costuma fazer de bom nas férias ou pra se divertir?” dá um caldo bem melhor.
E para continuar na linha do light and fun… você pode até comentar sobre as últimas fofocas das celebridades, mas se quiser adressar algo mais pessoal para conhecer um pouco mais a pessoa, sem ser intrometido demais, pergunte algo mais personal, mas igualmente light como onde ela passou ou costuma passar as férias, o que está tocando no momento sem parar no MP3 dela, filmes que mais gosta ou viu recentemente, quais blogs ela frequenta… assim a conversa flui e você vai pescando aqui e ali algumas informações sobre seus gostos e vai montando bem lentamente o quebra-cabeça de quem ela é sem necessariamente estar falando literalmente sobre isso.
E se você gostou do papo e quer repetir a dose… não mande um “Posso te ligar pra combinarmos de sair de novo?” Ou, “Te ligo pra combinarmos algo, tá?” Não, mil vezes não. Se está afim, marque logo um encontro de cara, digo, de cara não, na despedida do primeiro encontro. Como? Mande um: “O que você vai fazer na sexta-feira?” E marque algo legal pra fazer com ela. E como você até já sabe mais ou menos o que ela gosta de fazer para se diveritr… ponha desde já o seu conhecimento recém adquirido em prática, oras. Assim, as chances dela aceitar serão ainda maiores.
Enfim, seja direto, não evasivo pois aí periga de nunca mais rolar. Sabe como é, não? Desencontros na agenda, dúvidas a respeito do momento certo pra ligar de novo que acaba se extendendo demais e lá se vai o timing… e a gata junto…
Arriscar pra quê? Se está afim, melhor garantir não acha?