segunda-feira, 20 de outubro de 2008

laços


Só quem sonha acordado ..que pode ver o Sol nascer ...Romper laços ...é seguir em frente ..é desejar voar ...Na marra ando rompendo
laços.O que virá da des/construção?fragmentos de sentimentos des-(h)armônicos contraditórios
ant-agônicos? que fazer?
Fragment-ação:catar,separar,re- juntar
meu coração. e o que faço eu na resolução do ato escolhido? como prosseguir ê agora me desconstrói
e se isso me dói para além do que sei decifrar?
não vê que é você que me vive?
não vê que são suas lágrimas pelas farpas das minhas covardias
que me renovam a cada dia? Não vê que você sabe chorar e eu não? o que faço se a sua fragmentação em si
desfragmenta o que sou em mim?
o que faço eu da minha vida se de repente você decide viver a sua? kk
Ai!!! Que o que farás,
não sei.Te entocarás
ainda mais? Se não decifras a dor
que sei que dói e te alimentas das farpas
que corroem mais a ti que a mim,
não o será porque as sombras não enfrentas, foges
e temes não ter fim o poço onde tens de mergulhar para encontrar-te? Fragmenta-te também,
aceita o medo, enfrenta e quem sabe bem cedo poderás
liberar o coração, as mãos medrosas,
a fala que renega o próprio olhar.
(Quem sabe um dia me encontrarás
quando enfim livre souberes
Voar?)

como desfragmentar-me se tanto
temo o poço do possível encontro?
apavora-me o mergulho
que lave em águas profundas
o rosto que pinto nas espumas rasas.
não entendo de escafandrismo,
não sei nadar por debaixo dos oceanos
não sei usar as barbatanas dos libertos.
sou lenda de mim nas braçadas que são suas,
sou criança ilusão no colo que me aninha,
sou teatro mentira protegido pelo palco das suas verdades.
só você conhece o avesso dos meus encolhimentos,
só você filtra a voz que canto por trás dos instrumentos,
só você sabe porque fujo das beiradas do poço.
não será por isso que você insiste em me amar?
não será porque só você sente a brisa real do meu sopro
que reconhece a essência escapando pelo meu olhar?
foi você que escutou a freqüência do meu chamado mudo
foi você...
o que faço se a sua fragmentação em si
desfragmenta o pouco que ainda posso ser em mim?
o responder ao teu chamado mudo,ler tua essência apenas no olhar,ver tua alma por detrás das sombras
que só o amor consegue iluminar...
Ai, que pra ti o meu amor deu tudo,
a mão, o ar, o barco, o escafandro,
fui mãe, mulher e doce companheira
mas teu abrir-se (per)sigo esperando.
Porque a ti e só a ti compete
o destravar as portas da emoção,
o dar o salto, o escolher a vida,
deixar com asas livre o coração.
A mim apenas cabe repetir
a fé infinda em tua vocação,
crer no milagre de romperes travas
grades, janelas, arrancar portões.
Mas me recuso a continuar reclusa
no ser-não ser, que a vida desafia
e se o amor dói ele afinal se cansa
aspira e luta por um novo dia...
você parte,
sinto escasso seu fôlego
seu amor cansaço,
e ainda assim,
não abro a bagagem dos mil cadeados.
você parte.
seu vulto no difuso da bruma
acena o adeus que me desfolha,
ventos que traduzem minha história,
contornos que me decifram
nas imagens desistidas.
você parte,
e eu me reparto
na imobilidade do silêncio.
ainda não sei,
ainda não posso,
ainda
desmaio minhas prisões na sua mão,
na arrogância da sua alma,
no seu colo proteção.
ainda não sei por mim revelar,
ainda não posso por mim dançar,
ainda me agarro no iludido chão.
você parte,
deixando em mim
cada gesto que neguei,
cada sopro que empurrei,
cada afago que recusei,
no desejo oculto de tanto me entregar.
posso lhe pedir que fique sem nada falar?
ainda posso lhe pedir que fique
quando suas vestes já se soltam além-mar?
quando já pressinto seu sorriso no horizonte?
quando não sei mais como lhe segurar?
posso lhe pedir que fique
sem promessas de saltar?

fique....
Sim: só de cansaço é feito
o meu amor
que hoje o fôlego escasso
que o mantém
se esvai em pranto
já que inútil foi
amar-te tanto.
Que sabes tu do amor?
Afagos nunca, só
a sedução
até tornar exausto
o coração...
Queres que eu fique, sei,
mas para quê?
Para sentir-te assim,
sem emoção,
dar-te meu colo
sem me dares mão?
Sim, já me antevejo lá,
no além-mar
pois teu pedido mudo
só revela
que tu de fato não queres
saltar! inútil tanto me amar?
será?não,
não são essas vozes
que seus olhos derrubam nos meus.
você não teria me escolhido
se inútil fosse me amar.
que sei eu do amor?
talvez eu já sinta a maresia
das águas que você me pede para agitar
mas que ainda hibernadas no meu medo
permaneçam nas cristas das ondas caladas.
mas você sabe, só você sabe,
que o afago que não sei dar
é inteiro seu.
que a mão que temo entregar
está toda na sua.
que o meu salto enterrado no chão
voa nas suas raízes.
você sabe, só você sabe,
que também terei vida nas lágrimas
do seu pranto cansado,
aqui ou além-mar.
só nós sabemos
que não existe entre nós distância
e que você vai ficar.
Como ficar
se tuas mãos logo desistem
de agitar
as águas onde tens
de navegar?
Se eu não as sinto nas minhas,
se caminhas
dentro das sombras
que teimas em temer
enfrentar?
Se inútil não foi
o meu amor
só tu um dia poderás dizer,
pois só tu sabes o que irás fazer
com o que dei e fui e sou e disse.
Ah! Existisse
amor maior que este,
ainda assim
não creio que pudesses
recebê-lo.
É o medo, medo do medo
de amar...
E eu por ti só posso mesmo
chorar.

não lave mais seu rosto nas lágrimas
evitadas no meu.
não acumule mais em sua alma as pedras
insuportáveis da minha.
não carregue mais o fardo
que deitei nas suas costas
para aliviar minhas contrações.
empurre-me do seu colo,
eu não sei por mim sair.
talvez a saudade me entorne asas,
talvez a distância me acorde vida,
talvez o oco do vazio me sugira
coragem de experimentar plenitude.
não deixe que a mágoa provocada
pelos meus espasmos disrítmicos
torne-se o quadro principal da nossa galeria.
não macule mais o afã da sua entrega
nas dobras do meu encolhimento torto.
por enquanto apenas me atravesse
e volte amanhã.


Sim, eu parto
ainda partida e rejuntando
fragmentos
e entre os meus pedaços
vou colhendo
pedaços teus também
que sei agora
impregnamo-nos
de nós...
O que ganhei
já sei
nada perdi
cresci
na aprendizagem
diária
do amor
e então creio
tu também ficarás
com partes minhas,
mais ainda,
com a esperança e crença
tantas vezes
dita e repetida:
teu jardim florirá,
teu coração imenso ganhará
a imensidão
do espaço...
nossos laços
te ajudarão
a romper sombras,
eclodir asas
no mais livre vôo.
E assim vou,
sem adeus...( que difícil, meu Deus!)
Até breve, até um dia,
até sempre, meu sonho
e amor derradeiro!
(meu coração com fragmentos teus,
o teu também, com tantos cacos meus...)

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