
Só quem sonha acordado ..que pode ver o Sol nascer ...Romper laços ...é seguir em frente ..é desejar voar ...Na marra ando rompendo
laços.O que virá da des/construção?fragmentos de sentimentos des-(h)armônicos contraditórios
ant-agônicos? que fazer?
Fragment-ação:catar,separar,re- juntar
meu coração. e o que faço eu na resolução do ato escolhido? como prosseguir ê agora me desconstrói
e se isso me dói para além do que sei decifrar?não vê que é você que me vive?não vê que são suas lágrimas pelas farpas das minhas covardiasque me renovam a cada dia? Não vê que você sabe chorar e eu não? o que faço se a sua fragmentação em sidesfragmenta o que sou em mim?o que faço eu da minha vida se de repente você decide viver a sua? kk
Ai!!! Que o que farás,não sei.Te entocarásainda mais? Se não decifras a dorque sei que dói e te alimentas das farpasque corroem mais a ti que a mim,não o será porque as sombras não enfrentas, fogese temes não ter fim o poço onde tens de mergulhar para encontrar-te? Fragmenta-te também,aceita o medo, enfrenta e quem sabe bem cedo poderásliberar o coração, as mãos medrosas,a fala que renega o próprio olhar.(Quem sabe um dia me encontrarásquando enfim livre souberesVoar?)
como desfragmentar-me se tantotemo o poço do possível encontro?apavora-me o mergulhoque lave em águas profundaso rosto que pinto nas espumas rasas.não entendo de escafandrismo,não sei nadar por debaixo dos oceanosnão sei usar as barbatanas dos libertos.sou lenda de mim nas braçadas que são suas,sou criança ilusão no colo que me aninha,sou teatro mentira protegido pelo palco das suas verdades.só você conhece o avesso dos meus encolhimentos,só você filtra a voz que canto por trás dos instrumentos,só você sabe porque fujo das beiradas do poço.não será por isso que você insiste em me amar?não será porque só você sente a brisa real do meu soproque reconhece a essência escapando pelo meu olhar?foi você que escutou a freqüência do meu chamado mudofoi você...o responder ao teu chamado mudo,ler tua essência apenas no olhar,ver tua alma por detrás das sombraso que faço se a sua fragmentação em sidesfragmenta o pouco que ainda posso ser em mim?
que só o amor consegue iluminar...Ai, que pra ti o meu amor deu tudo,a mão, o ar, o barco, o escafandro,fui mãe, mulher e doce companheiramas teu abrir-se (per)sigo esperando.Porque a ti e só a ti competeo destravar as portas da emoção,o dar o salto, o escolher a vida,deixar com asas livre o coração.A mim apenas cabe repetira fé infinda em tua vocação,crer no milagre de romperes travasgrades, janelas, arrancar portões.Mas me recuso a continuar reclusano ser-não ser, que a vida desafiae se o amor dói ele afinal se cansaaspira e luta por um novo dia...
você parte,
sinto escasso seu fôlego
seu amor cansaço,
e ainda assim,
não abro a bagagem dos mil cadeados.
você parte.
seu vulto no difuso da bruma
acena o adeus que me desfolha,
ventos que traduzem minha história,
contornos que me decifram
nas imagens desistidas.
você parte,
e eu me reparto
na imobilidade do silêncio.
ainda não sei,
ainda não posso,
ainda desmaio minhas prisões na sua mão,
na arrogância da sua alma,
no seu colo proteção.
ainda não sei por mim revelar,
ainda não posso por mim dançar,
ainda me agarro no iludido chão.
você parte,
deixando em mim
cada gesto que neguei,
cada sopro que empurrei,
cada afago que recusei,
no desejo oculto de tanto me entregar.
posso lhe pedir que fique sem nada falar?
ainda posso lhe pedir que fique
quando suas vestes já se soltam além-mar?
quando já pressinto seu sorriso no horizonte?
quando não sei mais como lhe segurar?
posso lhe pedir que fique
sem promessas de saltar?
fique....Sim: só de cansaço é feito
o meu amorque hoje o fôlego escassoque o mantémse esvai em prantojá que inútil foiamar-te tanto.Que sabes tu do amor?Afagos nunca, sóa seduçãoaté tornar exaustoo coração...Queres que eu fique, sei,mas para quê?Para sentir-te assim,sem emoção,dar-te meu colosem me dares mão?Sim, já me antevejo lá,no além-marpois teu pedido mudosó revelaque tu de fato não queressaltar! inútil tanto me amar?
será?não,
não são essas vozesque seus olhos derrubam nos meus.você não teria me escolhidose inútil fosse me amar.que sei eu do amor?talvez eu já sinta a maresiadas águas que você me pede para agitarmas que ainda hibernadas no meu medopermaneçam nas cristas das ondas caladas.mas você sabe, só você sabe,que o afago que não sei daré inteiro seu.que a mão que temo entregarestá toda na sua.que o meu salto enterrado no chãovoa nas suas raízes.você sabe, só você sabe,que também terei vida nas lágrimasdo seu pranto cansado,aqui ou além-mar.só nós sabemosque não existe entre nós distânciae que você vai ficar.Como ficarse tuas mãos logo desistemde agitaras águas onde tensde navegar?Se eu não as sinto nas minhas,se caminhasdentro das sombrasque teimas em temerenfrentar?Se inútil não foio meu amorsó tu um dia poderás dizer,pois só tu sabes o que irás fazercom o que dei e fui e sou e disse.Ah! Existisseamor maior que este,ainda assimnão creio que pudessesrecebê-lo.É o medo, medo do medode amar...E eu por ti só posso mesmochorar.não lave mais seu rosto nas lágrimasevitadas no meu.não acumule mais em sua alma as pedrasinsuportáveis da minha.não carregue mais o fardoque deitei nas suas costaspara aliviar minhas contrações.empurre-me do seu colo,eu não sei por mim sair.talvez a saudade me entorne asas,talvez a distância me acorde vida,talvez o oco do vazio me sugiracoragem de experimentar plenitude.não deixe que a mágoa provocadapelos meus espasmos disrítmicostorne-se o quadro principal da nossa galeria.não macule mais o afã da sua entreganas dobras do meu encolhimento torto.por enquanto apenas me atravessee volte amanhã.
Sim, eu partoainda partida e rejuntandofragmentose entre os meus pedaçosvou colhendopedaços teus tambémque sei agoraimpregnamo-nosde nós...O que ganheijá seinada perdicrescina aprendizagemdiáriado amore então creiotu também ficaráscom partes minhas,mais ainda,com a esperança e crençatantas vezesdita e repetida:teu jardim florirá,teu coração imenso ganharáa imensidãodo espaço...nossos laçoste ajudarãoa romper sombras,eclodir asasno mais livre vôo.E assim vou,sem adeus...( que difícil, meu Deus!)Até breve, até um dia,até sempre, meu sonhoe amor derradeiro!(meu coração com fragmentos teus,o teu também, com tantos cacos meus...)
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