
Rio - Aconselho assistir à propaganda eleitoral gratuita, por vários motivos. Para começar, porque é hilário, ótimo para dar boas gargalhadas, melhor que qualquer programa de humor. Sem generalizar obviamente, mas com as raras exceções, boa parte decorou meia dúzia de palavras, repetidas há tempos, mas que nunca foram colocadas em prática. O blablablá de sempre.Ter cargo eletivo no Brasil hoje é muito mais que idealismo. Sugere, acima de tudo, conquistar privilégios dispensados a quem enxerga nessa oportunidade uma eficiente forma de obter bons rendimentos, regalias, conseguir, quiçá, a tão sonhada casa própria e garantir uma graninha bacana por quatro anos. E é ridículo a forma como se distribui o tempo por candidato. Tem fulano que não consegue nem terminar de dizer o nome. Chega a ser patético. Os candidatos a vereador são divertidos, mas os que disputam a prefeitura, todos, têm boa agência de marketing por trás, pensando em maneiras das mais incríveis para convencer o eleitor, pelo menos aquele que não estará votando ameaçado pelo tráfico ou pela milícia. Todos com seus cabelos bem penteados, maquiagem, roupas pensadas conforme o direcionamento de seu possível eleitorado.Imagino a paciência e o trabalho dos diretores desses comerciais para tirar de alguns desses caras-de-pau o melhor possível em sua interpretação de textos. Discursos milimetricamente pensados para que a flecha acerte em cheio o alvo. Edições rápidas, jingles quase sempre na linguagem popular do samba, atingem a massa. Sorridentes, criativos, com seus slogans maravilhosos. Um verdadeiro circo. Queria ver se essa gente toda se ofereceria se o cargo político fosse trabalho voluntário. Trabalhar quatro anos recebendo um salário mínimo. Quantos estariam a nossa disposição?
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