
Esta força de baixo, que seria Cam, é feita para servir os outros.Claro, ela não pode estar por cima, como ocorre atualmente. A Razão, representada pelo Céu, deve pôr tudo em ordem.Quando Noé sai da arca, levanta um altar para Deus e, tomando os animais e as aves puros, oferece-os em holocausto. Qual o simbolismo disto? Por que só sacrifica as energias puras? É muito interessante: Noé toma todos os tipos de energias puras e oferece-os ao Mais Alto. Aqui podemos pensar em qualquer tipo de energia. Vamos evitar a velha e mal compreendida idéia de sacrifício. Sacrificar é, na verdade, tornar divino, tornar sagrado.
Como entender bem este ponto? Se não oferecermos nossas energias a Deus, estaremos simplesmente lançando-as fora. Elas podem tornar-se emoções negativas, representadas, por exemplo, por uma sexualidade “jogada” para a terra. Nesse caso, as energias não “sobem” no sentido de transformar o Ser. Vejam aqui, novamente, o simbolismo das águas do dilúvio, que levam Noé para cima, para “o alto do monte Ararat”. Fica clara, no texto, a questão da energia: Noé “solta na terra” todos os animais. Uma parte de nossa energia, representada pelos animais impuros, vai naturalmente para a terra. Deve, portanto, ser gasta no planeta. Outra parte, simbolizada pelos animais puros oferecidos em sacrifício, deve subir para o sentimento, para o peito e para a cabeça, promovendo, assim, a transformação de nosso Ser.Muito interessante! Toda a beleza consiste no estabelecimento da hierarquia. Pensando nas energias puras, vejo-as como Amor, como anseio de perfeição, aspiração ao belo, ao bem, à força, desejo de saúde e felicidade. Sinto que foram essas coisas que Noé ofereceu ao Divino. Existe também todo um outro universo de forças que estarão simplesmente atuando no mundo. E não há problema nenhum Deve ser assim, não é? “A César o que é de César e a Deus o que é de Deus.” O mundo foi construído desse modo. Sem dúvida! Mas tudo que foi dito aqui deve ser usado no trabalho interior. Notem que esta história é uma saga sobre o trabalho interior.O sacrifício dos animais seria o sofrimento voluntário?Sem dúvida. A própria construção da arca representa o sofrimento voluntário. Noé está sofrendo a ação dessa chuva torrencial e ininterrupta, que simboliza tudo o que nos submerge na vida: nossos negócios, o emprego perdido, a corriqueira falta de recursos, os problemas dos filhos, enfim, todas as intempéries da vida.Resumindo rapidamente a história, no primeiro momento, vejo Noé construindo a arca, sofrendo e sobrevivendo ao dilúvio, saindo da arca, soltando e sacrificando os animais. Em um segundo momento, vejo a embriaguez de Noé e o que acontece com seus filhos. Entendo o momento de embriaguez como a causa de toda a reorganização da Terra.É preciso reordenar sempre. Em certo sentido, assim que Noé sai da arca, acontece um novo dilúvio. Todos os dias há dilúvios ocorrendo no mundo todo, o tempo todo. A arca deve ser continuamente construída.
Vocês poderiam perguntar: “não chega o dia em que a arca fica pronta”? Observem em si mesmos a resposta: o trabalho interior lhes permite enfrentar uma série de coisas com uma nova força, com um novo poder. A arca poderia também representar um Ensinamento iniciático, como o nosso, que nos protege dos vários pequenos dilúvios pessoais.
Uma história como esta fornece um número ilimitado de indicações. Percebo que demos apenas uma “pincelada” no estudo da arca: não examinamos a simbologia de suas medidas, o fato de ter três andares, a abertura lateral e as sete pontes internas, as nove divisões, com sua perfeita vedação e impermeabilidade. Sobre a vedação da arca, podemos dizer que ela é filha do próprio Noé, pois simboliza o recolhimento. Nada pode entrar nela, nem sair. A arca armazena nossas energias internas, no silêncio e na escuridão. De certa maneira se assemelha a um forno, o forno alquímico. É a própria imagem da prática da calma: fica-se em silêncio total enquanto “o pau está comendo lá fora”. Esse “pau comendo lá fora” pode ser tomado como os pensamentos que surgem durante a prática, por exemplo, e nós ficamos ali, com um “x” de energia bem concentrado. Dá a impressão de ser uma fissão atômica, liberando uma grande quantidade de energia.O relato bíblico diz que todos entram e, depois, Deus fecha a porta da arca. É fantástico pensar que Noé tinha de manter todo este povo dentro da arca, em harmonia. Imagine o que era, com todas as famílias de animais do mundo: um comendo, matando o outro, a “mulherada” convivendo, todas as fofocas...Uma vez mais, vemos que Noé significa descanso, paz, tranqüilidade, calma. Só essas qualidades podem juntar os opostos, unir aqueles que querem se devorar. Noé é, simbolicamente, o mesmo barqueiro de que o Sr. Gurdjieff fala no livro Encontros com Homens Notáveis: aquele que deve levar o carneiro, o lobo e a couve no barco. Quando se diz que ele “levou um animal de cada espécie”, está-se dizendo que ele é o harmonizador por excelência. É ele quem faz a aliança entre os opostos. A aliança não é o símbolo do casamento entre o homem e a mulher, seres de natureza oposta? Então, cada um de nós deve tentar unir seus opostos. Cada um de nós deve ser Noé!
Como entender bem este ponto? Se não oferecermos nossas energias a Deus, estaremos simplesmente lançando-as fora. Elas podem tornar-se emoções negativas, representadas, por exemplo, por uma sexualidade “jogada” para a terra. Nesse caso, as energias não “sobem” no sentido de transformar o Ser. Vejam aqui, novamente, o simbolismo das águas do dilúvio, que levam Noé para cima, para “o alto do monte Ararat”. Fica clara, no texto, a questão da energia: Noé “solta na terra” todos os animais. Uma parte de nossa energia, representada pelos animais impuros, vai naturalmente para a terra. Deve, portanto, ser gasta no planeta. Outra parte, simbolizada pelos animais puros oferecidos em sacrifício, deve subir para o sentimento, para o peito e para a cabeça, promovendo, assim, a transformação de nosso Ser.Muito interessante! Toda a beleza consiste no estabelecimento da hierarquia. Pensando nas energias puras, vejo-as como Amor, como anseio de perfeição, aspiração ao belo, ao bem, à força, desejo de saúde e felicidade. Sinto que foram essas coisas que Noé ofereceu ao Divino. Existe também todo um outro universo de forças que estarão simplesmente atuando no mundo. E não há problema nenhum Deve ser assim, não é? “A César o que é de César e a Deus o que é de Deus.” O mundo foi construído desse modo. Sem dúvida! Mas tudo que foi dito aqui deve ser usado no trabalho interior. Notem que esta história é uma saga sobre o trabalho interior.O sacrifício dos animais seria o sofrimento voluntário?Sem dúvida. A própria construção da arca representa o sofrimento voluntário. Noé está sofrendo a ação dessa chuva torrencial e ininterrupta, que simboliza tudo o que nos submerge na vida: nossos negócios, o emprego perdido, a corriqueira falta de recursos, os problemas dos filhos, enfim, todas as intempéries da vida.Resumindo rapidamente a história, no primeiro momento, vejo Noé construindo a arca, sofrendo e sobrevivendo ao dilúvio, saindo da arca, soltando e sacrificando os animais. Em um segundo momento, vejo a embriaguez de Noé e o que acontece com seus filhos. Entendo o momento de embriaguez como a causa de toda a reorganização da Terra.É preciso reordenar sempre. Em certo sentido, assim que Noé sai da arca, acontece um novo dilúvio. Todos os dias há dilúvios ocorrendo no mundo todo, o tempo todo. A arca deve ser continuamente construída.
Vocês poderiam perguntar: “não chega o dia em que a arca fica pronta”? Observem em si mesmos a resposta: o trabalho interior lhes permite enfrentar uma série de coisas com uma nova força, com um novo poder. A arca poderia também representar um Ensinamento iniciático, como o nosso, que nos protege dos vários pequenos dilúvios pessoais.
Uma história como esta fornece um número ilimitado de indicações. Percebo que demos apenas uma “pincelada” no estudo da arca: não examinamos a simbologia de suas medidas, o fato de ter três andares, a abertura lateral e as sete pontes internas, as nove divisões, com sua perfeita vedação e impermeabilidade. Sobre a vedação da arca, podemos dizer que ela é filha do próprio Noé, pois simboliza o recolhimento. Nada pode entrar nela, nem sair. A arca armazena nossas energias internas, no silêncio e na escuridão. De certa maneira se assemelha a um forno, o forno alquímico. É a própria imagem da prática da calma: fica-se em silêncio total enquanto “o pau está comendo lá fora”. Esse “pau comendo lá fora” pode ser tomado como os pensamentos que surgem durante a prática, por exemplo, e nós ficamos ali, com um “x” de energia bem concentrado. Dá a impressão de ser uma fissão atômica, liberando uma grande quantidade de energia.O relato bíblico diz que todos entram e, depois, Deus fecha a porta da arca. É fantástico pensar que Noé tinha de manter todo este povo dentro da arca, em harmonia. Imagine o que era, com todas as famílias de animais do mundo: um comendo, matando o outro, a “mulherada” convivendo, todas as fofocas...Uma vez mais, vemos que Noé significa descanso, paz, tranqüilidade, calma. Só essas qualidades podem juntar os opostos, unir aqueles que querem se devorar. Noé é, simbolicamente, o mesmo barqueiro de que o Sr. Gurdjieff fala no livro Encontros com Homens Notáveis: aquele que deve levar o carneiro, o lobo e a couve no barco. Quando se diz que ele “levou um animal de cada espécie”, está-se dizendo que ele é o harmonizador por excelência. É ele quem faz a aliança entre os opostos. A aliança não é o símbolo do casamento entre o homem e a mulher, seres de natureza oposta? Então, cada um de nós deve tentar unir seus opostos. Cada um de nós deve ser Noé!
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