os mesmos erros

Você sofreu muito com a sua última relação. Creio até que ao se libertar você se sentiu como se tivesse dado as costas pra o inferno. E é claro que junto com o adeus você jurou que nunca mais repetiria os mesmo erros.

"O quê? Eu sofrer de novo por causa de homem? Nunca mais! Agora eu quero é ser feliz, viver minha vida até encontrar alguém que me mereça...

Até seria um belo discurso se você já não estivesse cansada de repeti-lo...

Estou cansado de ver mulheres que sofrem o diabo na mão de um homem, mas que depois de um breve período de "abstinência" acabam cometendo os mesmos erros, porém, com outros homens. Ou seja: elas se livram de um enrosco bravo só pra arrumar outro pior.

E não se trata de apostar, de ter esperanças de que com esse novo homem tudo será diferente, porque tudo se repete. Por exemplo, tenho alguns casos de mulheres que só faltaram soltar fogos de artifícios quando conseguiram se livrar de relações com homens casados, mas que acabaram se envolvendo com outros homens casados, exatamente iguais, com as mesmas histórias de casamento em crise, promessa de que até o final de ano eles irão se divorciar e elas deixarão o posto de amantes...

E apesar do enredo ser o mesmo, delas saberem desde o início como tudo vai acabar, mesmo assim resolvem encarar a parada. Outro caso interessante é o de uma leitora que viveu por cinco anos e meio com um cara violento, que gostava de se fazer obedecer na base da porrada. Então, depois de (acredite) seis meses de "abstinência", acabou arrumando outro homem violento. E os sinais estavam lá, bem na sua cara. Os parentes, amigos, todos previam o que iria acontecer, e mesmo assim ela insistia. Resultado: depois de um ano de namoro ela levou a primeira surra...E depois vieram muitas outras, até ela ir parar no hospital com traumatismo craniano.

Hoje ela tenta manter-se longe das drogas:

"Só por hoje não me sentirei atraída por lixos...Só por hoje não me deixarei envolver por homens violentos..."

Por isso que eu escrevi sobre "abstinência", porque muitas vezes o que move essas mulheres é parecido com um vício. Então, se elas não lutarem contra, se não aceitarem que estão doentes, de nada adianta jurarem de pés juntos que nunca mais irão se meter com cafajestes, porque é aquela coisa do alcoólatra evitar o primeiro gole.

Já reparou como é comum encontrarmos ALGUMAS mulheres com "histórico"? Sim, é sempre aquela conversa de "eu só atraio galinha", "só me envolvo com homens casados ou comprometidos", " todos os meus namorados eram ciumentos". E tem até aquelas que mudam de perfil, mas no final sempre pegam o que existe de pior. Um era ciumento demais, depois veio um que era galinha, outro que era casado, outro que louco de pedra, típico maníaco depressivo, enfim, nunca arrumam nada que preste, só lixo.

Os erros são os mesmos porque os homens também são os mesmos: porcarias.

E é claro que no final elas acham que nenhum homem presta, claro. Só que elas não gostam daqueles que valem a pena, caramba!!! Pode ver: tem mulher que chega num lugar lotado de homens, mas acaba se encantando justamente pelo maior traste do pedaço. Vixe! Já cansei de ver isso acontecendo com algumas amigas. Aliás, tenho amigas que acabam morrendo de tédio se o cara não for um troglodita.

Por isso, se o seu vício está te matando, tente lutar contra ele. E o primeiro passo é aceitar que é sim, louca por jagunços. Então, descubra o que tenta encontrar nessas relações suicidas, porque se envolve sempre com porcarias, porque somente assim conseguirá evitar se envolver novamente com eles.

Sim, eu sei que o processo de "desintoxicação" será muito difícil, e quase tudo dependerá somente de suas forças.

Você, como uma viciada jamais deixará de se sentir atraída por eles. O tempo pode passar, você pode amadurecer, e mesmo assim terá que evitar sempre o "primeiro gole".

Volta e meia eu recebo email de ALGUMAS leitoras bem maduras, com mais de trinta anos, que dizem não saber por quê se meteram com homens, que normalmente não tem absolutamente nada a ver com elas. É aquela história da mulher educada, que nasceu em berço de ouro, mas que se apaixona por homens grossos e ignorantes, entende?

Então, dependendo do que me contam, eu puxo o "histórico" dos tempos em que eram adolescentes, até descobrir que muitas acabaram se casando com homens bem diferentes daqueles que deixavam seus corações em pedaços, digamos, os cafajestes.

E tem sempre aquela história frustrada, do amor que um dia acabou depois de muito sofrimento, por um cara que era o cão chupando manga, mas que será para todo sempre lembrado como o grande amor de suas vidas.

Então, depois de tanto tempo, elas acabam encontrando não o antigo amor, mas alguém com as mesmas "qualidades"...

O cara é tão jagunço quanto outro, talvez mais galinha e cafajeste, mas ele tem o mesmo sorriso, o mesmo jeito de falar, o mesmo charme...E ainda por cima, ao lado dele, elas podem sentir as mesmas inseguranças, a adrenalina das paixões violentas, suicidas...

Então já era, porque aquela mulher forte e madura, acaba se submetendo de tal forma, que se vê tão perdida quanto nos tempos em que só se apaixonava por cafajestes.

Então, depois do primeiro olhar, do primeiro beijo, enfim, do "primeiro gole", o vício volta a dominar suas vidas.