sexta-feira, 25 de julho de 2008

Da série: "Cartas que nunca foram"


Livre, livre, livre!Sim, livrei-me do inferno, do suplício.A sensação momentânea de medoe insegurança logo deu lugar a uma doce euforia.Detalhes como o que será feito desta liberdade,são apenas e tão somenteisso: detalhes.Escrevo, escrevo, escrevo e quase não posso sentir as pontas dos dedos já amortecidos, que se colaram à caneta de tinta negra como o breu, no desespero de contar e escrever uma só história: a minha.Escrevi para um bocado de gente.Pessoas que não vejo há anos, para as quais nunca escrevi.Pessoas que vejo sempre, pessoas que conheço, pessoas que nunca vi.Escrevo também para você e me pergunto se será esta mais uma dentre as inúmeras cartas que nunca enviei, juntando-se às outras no fundo da gaveta.Será?O desuso da escrita de próprio punho e o hábito de digitar transformaram-me em escrava do teclado, uma mera extensão do meu pensamento, e ele minha. Tenho vivido e morrido através dele, é fato.Procuro resignar-me e não ser tão crítica.Por outro lado, preciso não ser tão utopista e sonhar com coisas palpáveis, que eu possa estender os braços um dia, e alcançar.Preciso aprender a ser feliz com as riquezas que possuo.Não deixar que as amarguras e decepções me roubem o doce, como formigas sorrateiras.Resisto, persisto, não desisto.Vou lutar.E escrever também, é claro!Beijos doces,

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