
escrevi o teu nome numa pedra à beira-mar mas não tive coragem para ficar a ver se a maré o apagaria. e quando chegou a manhã a coragem faltou de novo e eu apenas me convenci de que ainda lá estava o teu nome a vermelho-sangue numa pedra que um dia será areia que um dia será vidro que um dia será luz como a luz que pareceu brilhar dentro de mim quando o escrevi.escrevi o teu nome numa pedra à beira-mar e não sei se por lá passarás brevemente mas procura-o como eu o procuro recorrentemente dentro de mim ao teu nome e muito mais. ao teu jeito de me dizer 'está tudo bem' mesmo quando está tudo mal e as marés apagam os nomes que quem ama escreveu em todas as pedras de todas as praias onde ficaram no areal passos descoordenados de quem não tem rumo.escrevi o teu nome numa pedra à beira-mar porque tive de o escrever. porque tive de deixar que o mar provasse também do teu sabor nem que só do sabor das letras do teu nome escritas a lápis de cera tão fácil de apagar quando é tão difícil apagar-te de mim. não que eu o tente fazer. prefiro escrever o teu nome em qualquer parte.
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