
As paredes não falam comigo. E o meu silêncio não me ajuda.E o que me destrói é a sede e o cansaço. É a inutilidade das palavras. É a dor eterna.E fico sentado à janela, à espera que passe o vento e mude a direcção dos meus sonhos, que me leve e me faça voar com as folhas do Outono.E acordo com o seu uivar infeliz... não me responde de forma alguma.E deixa-me sozinho à sua espera no silêncio. À espera de algo, que me ajude no meio da confusão em mim.Procuro que me segures nos teus braços e não me deixes cair. E, constantemente, me deixas sozinho nas minhas lágrimas silenciosas. Ali junto a mim abandonas-me com as minhas lágrimas. Procuro uma brisa que me ajude a respirar e a fugir do sufoco deste quarto, que me faça viajar pelos céus imaginários, que me salve de ti e da tua ingenuidade dilacerante. Do que me fere. Da visão premonitória do futuro que passeia diante dos meus olhos. Da solidão que prevejo e das barreiras que só em sonhos se saltam. Do castelo do conto de fadas que não existe. Da pessoa que não és.E fico sentado, no escuro. Até que uma brisa passe.
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