quarta-feira, 9 de julho de 2008

nuts


Hoje acordei com vontade de adormecer... perder-me mais algum tempo de mim, sentir-me não sendo. Isso de ser quem sou não é tão claro quanto possa parecer ao primeiro olhar. Não sei porque finjo tanto! Não sei porque me prendo. Talvez porque não há possibilidade de ser céu em terra... Mas isso é tudo o que eu sou por dentro, um céu imenso... porque é que ninguém sabe encontrar-se com o outro fora do mundo? Porque é que tornamos sempre tudo tão banal?O amanhecer lá tem outra luz, outro gosto. Fazia tempo que não acordava com aquele sol sobre mim, a invadir o quarto de mansinho pela porta entreaberta... o cheiro das coisas que conheço, o aconchego de que já não me lembrava. É nestas alturas que me encontro, que me sinto de novo em casa. São só momentos... mas neles quase que me sinto ser de novo o que deixei para trás. Acho que nunca pensei senti-lo, mas tenho saudades de lá. Hoje entendi que perco sempre qualquer coisa de cada vez que anseio que o tempo passe. Somos uns tolos, aqueles de nós que só vivem no passado, que só percebem as coisas depois de elas terem passado. Que se faz para viver o agora? Como se descobre e se agarra o presente?

Hoje tudo o que queria era que existisse por aí feiticeiro capaz de magia, capaz de poesia na minha pele. Existirá algures alguém capaz de nos converter em melodia? "Conquista-me a alma, entrego-te o meu corpo e tudo o que sou". Hoje e quase sempre tudo o queria era apenas ser melodia. Ser só espírito. Ser tua... mas sou sempre de ninguém, sou sempre pauta incompleta. Existirá algures alguém capaz de me converter em melodia?

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